Dando prosseguimento aos julgamentos de filiados acusados de infidelidade partidária nas eleições de 2014, integrantes da Comissão de Ética do PMDB no Ceará decidiram, por unanimidade, ontem, expulsar mais dois peemedebistas, o prefeito de Novas Russas, Gonçalo Diogo, e o prefeito de Santa Quitéria, Fabiano Mesquita. Como o vereador de Fortaleza Carlos Mesquita, eles foram condenados por terem apoiado o candidato petista Camilo Santana em vez do correligionário Eunício Oliveira, derrotado no pleito para o Governo do Estado. Os gestores não estiveram presentes no julgamento. Apenas Diogo mandou representante. O presidente da Comissão de Ética, Marlon Cambraia, explica que, no caso de Gonçalo Diogo, houve infrações éticas de ordem partidária e estatutária, como a divulgação de fotos do gestor ao lado de Camilo, do candidato ao Senado Mauro Filho e de outros adversários. Cambraia disse que Gonçalo justificou que as fotos seriam montagens, mas não pediu perícia técnica nem apresentou alegações finais. Testemunhas também teriam apontado que o prefeito acertou apoio político em troca de liberação de verbas para obras da cidade. Mandatos Ocupantes de cargos majoritários, como o de prefeito, ficam isentos de questionamentos dos mandatos por infidelidade partidária, ao contrário de vereadores e deputados. "Diante da certeza que não iriam perder o mandato, talvez tenham ignorado a instrução processual", reclama Marlon Cambraia. Entre as provas contra o prefeito de Santa Quitéria, Fabiano Magalhães Mesquita, constam fotografias mostrando caminhadas dele com Camilo Santana e o deputado federal José Guimarães. "Na defesa que ele assinou, admitiu que teria participado de alguns eventos de campanha de Camilo, mas disse que estava seguindo amigos e, apesar de tudo, teria votado no Eunício", diz. Os filiados podem recorrer da decisão à Comissão Nacional de Ética do PMDB em até 10 dias. Na próxima semana, o colegiado local continua o julgamento de outros casos, como do vereador de Russas Nathizael Gonçalves e o do suplente de vereador de Fortaleza Paulo Gomes. Marlon Cambraia diz que o grupo também cogita abrir processo contra o deputado federal Aníbal Gomes, que tem feito críticas públicas ao senador Eunício Oliveira.

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