Presidente François Hollande faz pronunciamento em rede nacional.
'Ameaça permanece em seu maior nível', diz.

Presidente francês, François Hollande, faz pronunciamento de final de ano em rede nacional (Foto: REUTERS/John Schults)Presidente francês, François Hollande, faz pronunciamento de final de ano em rede nacional (Foto: REUTERS/John Schults)
"A França não acabou com o terrorismo", alertou o presidente François Hollande em seus votos de boas festas aos franceses, em pronunciamento em rede nacional nesta quinta-feira (31), afirmando que "a ameaça continua lá" e "continua em seu mais alto nível".
"Ela permanece, de fato, em seu maior nível e nós estamos regularmente interrompendo ataques planejados", disse Hollande.

O presidente mencionou os dois ataques terroristas que ocorreu em Paris neste ano. Saudando as vítimas dos atentados de janeiro, com 17 mortos, e de novembro, com 130 mortos, Hollande destacou que, "apesar do drama, a França não cedeu. Apesar das lágrimas, permaneceu de pé".

Para agir contra "a raiz do mal", a França vai continuar bombardeando Iraque e Síria com o objetivo de destruir o grupo Estado Islâmico (EI), afirmou.
"Os bombardeios têm resultado, os jihadistas retrocedem, então continuaremos pelo tempo que for necessário", disse.
Hollande também defendeu mudanças constitucionais que sustentam a repressão a grupos militantes. O presidente pediu ao Parlamento que "assuma suas responsabilidades" e que adote a reforma da Constituição que propõe para "dar sólidas bases" ao estado de urgência e para poder retirar a nacionalidade francesa das pessoas com dupla nacionalidade condenadas por terrorismo.

A capital francesa permanece em estado de alerta alto desde os ataques a tiros e bomba de 13 de novembro por militantes do grupo Estado Islâmico, que mataram 130 pessoas. De olho na segurança, autoridades de Paris decidiram encurtar um show de vídeo e luzes no Arco do Triunfo e cancelar uma queima de fogos programados para a meia-noite desta quinta.

Cerca de 11 mil soldados, policias e agentes de emergência estarão em atividade, 2.000 a mais do que no ano passado, durante as celebrações mais modestas, disse o site oficial da cidade, ao mesmo tempo em que haverá restrições na venda de bebidas alcoólicas.
Ataque ao Charlie Hebdo
No dia 7 de janeiro, os irmãos franceses filhos de argelinos Chérif e Said Kouachi atacaram a redação do jornal satírico "Charlie Hebdo" e mataram 12 pessoas no local, entre eles os cartunistas Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, e o lendário Georges Wolinski.

Também morreram dois policiais, um deles alvejado na rua durante a fuga dos atiradores, que disseram "vingar o profeta Maomé". O jornal já havia sido alvo de um ataque no passado após publicar uma caricatura de Maomé.
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Vídeo divulgado nesta terça-feira (13) mostra os irmãos Kouachi após o ataque à sede da revista 'Charlie Hebdo' na quarta-feira (7) em Paris, na França (Foto: Reuters TV/Reuters)Vídeo mostra os irmãos Kouachi após o ataque à sede da revista 'Charlie Hebdo' em janeiro em Paris, na França (Foto: Reuters TV/Reuters)
Após identificados dos atiradores, a polícia começou uma busca que passou pelas regiões de Villers-Cottêrets, onde os suspeitos foram vistos, e Crépy-em-Valois, antes de ser direcionada a Dammartin-en-Goële, onde eles invadiram uma empresa no dia 9 de janeiro.
Durante o cerco aos irmãos Kouachi, incidentes foram reportados em Paris na quarta e quinta-feira, incluindo a morte da policial no município de Montrouge, atribuída a Amedy Coulibaly.
Coulibaly invadiu um mercado de comida judaica em Paris e fez reféns ao mesmo tempo em que os irmãos Kouachi estavam cercados em Dammartin-en-Goële. Duas ações policiais simultâneas mataram os três terroristas.
Série de ataques de novembro
No dia 13 de janeiro, uma série de ataques promovidos em diferentes locais da cidade deixaram 130 mortos e centenas de feridos. Na casa de show Bataclan, no 11º distrito,  atiradores fizeram reféns e abriram fogo contra o público que assistia ao show da banda Eagles of Death Metal. Ao menos 80 pessoas foram mortas.
Objetos de tributo às vítimas são deixados ao lado de manchas de sangue em calçada na frente do Bataclan, casa de shows de Paris (Foto: Christophe Ena/AP)Objetos de tributo às vítimas são deixados ao lado de manchas de sangue em calçada na frente do Bataclan, casa de shows de Paris (Foto: Christophe Ena/AP)
No Bar Le Carillon e no restaurante Le Petit Cambodge, no 10º distrito, clientes foram mortos por atiradores. No Bar La Belle Equipe, no 11º distrito, atiradores abriram fogo contra os clientes. Perto do Stade de France, em Saint Dennis, ao norte de Paris, onde França e Alemanha jogavam um amistoso, ocorreu um ataque de um suicida.
Pelo menos sete terroristas morreram durante os atentados. Os jihadistas, em sua maioria, tinham nacionalidade francesa ou belga.
Três pessoas foram mortas dias depois em uma operação policial em Paris, incluindo o suposto mentor da ação, o belga Abdelhamid Abaaoud foi apontado por fontes próximas à investigação como mentor intelectual dos ataques. Outras duas pessoas foram presas, e um homem, Salah Abdeslam, está foragido.



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