Candidato opositor Mauricio Macri tem vantagem nas pesquisas.

Urnas abrem às 9h; primeiros resultados devem sair às 20h30.

 Governista Scioli e oposicionista Macri se enfrentarão em inédito segundo turno presidencial na Argentina  (Foto:  Reuters/Marcos Brindicci)Governista Scioli e oposicionista Macri se enfrentarão em inédito segundo turno presidencial na Argentina (Foto: Reuters/Marcos Brindicci)
Neste domingo  (22)  a Argentina votará para eleger a sucessão de Cristina Kirchner, o oficialistaDaniel Scioli ou o conservador Mauricio Macri, após uma longa e surpreendente campanha eleitoral.

As urnas abrem às 8h do horário local (9h, pelo horário de Brasília). Os primeiros resultados devem começar a serem divulgados às 19h30 locais (20h30 em Brasília) e , por volta das 22h (23h em Brasília) a contagem dos votos deverá estar na metade, segundo o diretor nacional eleitoral.

No primeiro turno, Scioli conseguiu mais votos, com 37% do total, e levou vantagem sobre Macri, prefeito em fim de mandato de Buenos Aires, com 34,1%. O resultado derrubou todas as pesquisas que apontavam uma diferença de 8 pontos entre os candidatos.
A acirrada campanha para o segundo turno, em que ambos trabalharam para captar o voto dos indecisos, o candidato opositor abriu vantagem e passou a liderar as pesquisas.

A chapa de oposição, liderada por Macri e Gabriela Michetti, conseguiria --contabilizando os votos indecisos-- 52% dos votos, de acordo com a pesquisa realizada pela consultoria Management & Fit publicada no último sábado pelo jornal "Clarín".

O candidato oficial Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, e seu companheiro de chapa Carlos Zannini, obteriam 43,7%, incluindo a projeção de eleitores indecisos, disse a consultoria em sua pesquisa.

Se Macri conquistar a presidência, será a primeira vez, desde que se instituiu o voto, em 1916, da vitória de um candidato civil que não pertence nem ao partido peronista nem ao radical socialdemocrata, as duas grandes forças populares, em 100 anos de vida política na Argentina.

Os dois candidatos têm origens familiares semelhantes, são da mesma geração e alegam ser bons amigos, mas defendem modelos de país diferentes em temas fundamentais para a sociedade argentina.

Veja mais sobre os candidatos:
Mauricio Macri (Pro - Propuesta Republicana)
56 anos, engenheiro
Prefeito de Buenos Aires
Ambos os candidatos têm sido criticados nas redes sociais; Macri teve seu rosto pintado de vermelho e com chifres  (Foto:  AP Photo/Victor R. Caivano)Ambos os candidatos têm sido criticados nas redes sociais; Macri teve seu rosto pintado de vermelho e com chifres (Foto: AP Photo/Victor R. Caivano)
Macri se apresenta como a "verdadeira mudança", mas baseou sua campanha eleitoral em discutir questões formais. Promete dialogar e propõe união, mas evita definições políticas. O conservador defende a abertura de investimentos estrangeiros, a diminuição da inflação para um dígito em dois anos e o levantamento dos limites das exportações do setor agropecuário. Também diz que vai criar uma agência nacional contra o crime organizado e desenvolver um sistema de estatísticas criminais.

Acusado de formação de quadrilha em um caso de espionagem ilegal, Macri tentou fazer com que a justiça argentina suspendesse o processo durante a campanha, mas não conseguiu. Filho de um conhecido empresário, sua passagem à política aconteceu também após se tornar uma figura conhecida no âmbito esportivo: foi presidente do Boca Juniors. Durante a campanha, tentou se desprender da imagem de empresário milionário e capitalista.

Daniel Scioli (Frente para la Victoria)
58 anos, empresário e atleta
Governador da província de Buenos Aires
 Assessor de Scioli comparou momento à "final de uma Copa do Mundo"  (Foto:  AFP Photo/Juan Mabromata)Assessor de Scioli comparou momento à "final de uma Copa do Mundo" (Foto: AFP Photo/Juan Mabromata)
Scioli se apresenta como a continuidade a 12 anos de gestão "kirchnerista", mas com um estilo diferente da confrontação permanente adotado pela presidente Cristina Kirchner. O candidato afirma que corrigirá o rumo do atual governo, mas sem cair nas políticas liberais, que representam uma "volta ao passado".

Scioli promove uma "agenda nacional do desenvolvimento". Ele defende baixar a inflação a um ritmo de 5 pontos percentuais por ano para alcançar nível de um dígito em 4 anos, diminuição de impostos para exportação de grãos e implementação nacional de forças policiais locais que complementam a polícia da província.

Colaborou com peronistas das mais diferentes tendências, desde o liberal Carlos Menem ao falecido Néstor Kirchner. Entrou para a política através de Menem quando já era conhecido no país por sua atividade como piloto de corridas de barco, esporte no qual chegou a ganhar um campeonato mundial após perder seu braço direito em um grave acidente.
Do G1, em São Paulo

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