Tiroteio em centro comunitário deixou 14 mortos e 21 feridos.

'Número de evidências' leva investigação a ato de terrorismo, diz FBI. 

Syed Farook, suspeito por promover tiroteio em San Bernardino, é visto em foto de sua carteira de motorista (Foto:  REUTERS/California Department of Motor Vehicles)Syed Farook, suspeito por promover tiroteio em San Bernardino, é visto em foto de sua carteira de motorista (Foto: REUTERS/California Department of Motor Vehicles)
FBI divulgou nesta sexta-feira (4) que passou a investigar o massacre na Califórnia da última quarta-feira como um ato de terrorismo.
O tiroteio ocorreu no Inland Regional Center, uma instituição que atende "pessoas com deficiências de desenvolvimento", e deixou 14 mortos e 21 feridos. O FBI ainda não se sabe a motivação dos suspeitos, que morreram após perseguição e confronto com agentes de segurança.

Os suspeitos são Syed Farook, um homem de 28 anos e de nacionalidade americana, e Tashfeen Malik, uma mulher de 27 anos e que tinha passaporte paquistanês, segundo o chefe de polícia de San Bernardino, Jarrod Burguan. Asvítimas tinham entre 26 e 60 anos.

Em coletiva de imprensa nesta tarde, o diretor assistente do FBI David Bowdich disse que "um número de evidências" levaram à Polícia Federal americana a passar a investigar o caso como um ato de terrorismo, como as bombas e projéteis para fuzil de assalto encontrados na casa do casal.
03/12 - Um policial observa os restos de um SUV envolvido no ataque em San Bernardino, na Califórnia, EUA. Um homem e uma mulher abriram fogo em uma festa de seus colgas de trabalho matando 14 e ferindo 17 pessoas na quarta-feira (02) (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)Policial observa os restos de um SUV envolvido no ataque em San Bernardino, na Califórnia, EUA (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)
Bowdich também disse que o casal tentou limpar suas impressões digitais e que um celular quebrado foi encontrado em uma lixeira da cidade com possível ligação ao casal.

Mais cedo nesta sexta a agência Reuters divulgou, segundo uma fonte do governo dos EUA,  que Tashfeen e Farook passaram algum tempo destruindo discos rígidos de computadores e outros aparelhos eletrônicos antes de lançarem o ataque de quarta-feira.
A investigação continua na linha de determinar a motivação do ataque e se há outros suspeitos envolvidos, dentro ou fora dos Estados Unidos, segundo disse Bowdich. Questionado por repórteres se o caso tem alguma suspeita de ligação com grupos terroristas, como o Estado Islâmico, ele disse que ainda não se sabe.

O porta-voz também afirmou que a polícia tem informações sobre um pessoa que teria comprado as armas usadas no ataque, mas que ela não está presa.

Suposta ligação com o Estado Islâmico
Investigadores ouvidos pela imprensa americana acreditam que a mulher que participou do tiroteio na Califórnia, Tashfeen Malik, publicou no Facebook uma mensagem em que disse ser leal ao líder do grupo Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi.
Um funcionário americano de alto escalão próximo à investigação disse que Malik utilizou uma conta com outro nome no Facebook. Os funcionários não explicaram como chegaram à conclusão de que Malik era a autora da publicação, afirma a rede CNN.
O jornal "New York Times" complementa que não há evidência de que ela tenha sido comandada pelo grupo terrorista, segundo as fontes que não quiseram se identificar porque a investigação está em andamento.

Bowdich foi questionado sobre o post, e disse apenas que a polícia está ciente da publicação e que a investiga. O diretor assistente ressaltou diversas vezes que a investigação é longa em complexa.

Casa dos suspeitos
Bowdich também esclareceu que a investigação na casa em que o casal morava foi concluída e que o imóvel foi devolvido ao proprietário. Veículos de imprensa questionavam nesta quinta se a imprensa deveria ser autorizada a entrar na casa, depois que o proprietário a abriu para jornalistas. Segundo Bowdich, depois que a investigação do FBI é concluída, o órgão não tem mais o controle sobre a casa.
Quarto com janelas bloqueadas por tábuas de madeira na casa dos suspeitos no tiroteio de San Bernardino, Syed Farook e Tashfeen Malik, fotografado durante visita da imprensa na sexta (4) (Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP)Quarto com janelas bloqueadas por tábuas de madeira na casa dos suspeitos no tiroteio de San Bernardino, Syed Farook e Tashfeen Malik, fotografado durante visita da imprensa na sexta (4) (Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

Nesta quinta, a polícia de San Bernardino informou que encontrou na casa do casal 12 artefatos explosivos e cerca de 5 mil projéteis para fuzil de assalto. No centro comunitário, foi encontrado um dispositivo com 3 bombas de fabricação caseira e um controle remoto, que aparentemente não funcionou, segundo o chefe da polícia.

Os investigadores também apuram um relato de que Farook havia se envolvido em uma discussão com um colega de trabalho que denunciou os "perigos inerentes do Islã", disse uma fonte do governo norte-americano à Reuters.
Farook, cidadão norte-americano, nascido em Illinois e filho de imigrantes paquistaneses, trabalhava como fiscal para o Departamento de Saúde Pública do condado de San Bernardino, a agência cuja festa ele e Malick atacaram na quarta-feira.

Malik é da província do Punjab, no Paquistão, segundo duas fontes paquistanesas disseram à Reuters. Um membro da família da suspeita foi contactado pelo serviço de inteligência do Paquistão como parte das investigações sobre o tiroteio na Califórnia, diz a agência.

Armas confiscadas pela polícia de San Bernardino após o ataque de um casal de atiradores ao Inland Regional Center, na quarta (2) (Foto: Reuters/San Bernardino County Sheriffs Department/Handout)Armas confiscadas pela polícia de San Bernardino após o ataque de um casal de atiradores ao Inland Regional Center, na quarta (2) (Foto: Reuters/San Bernardino County Sheriffs Department/Handout)
Munição apreendida pela polícia de San Bernardino após o ataque de um casal de atiradores ao Inland Regional Center, na quarta (2) (Foto: Reuters/San Bernardino County Sheriffs Department/Handout)Munição apreendida pela polícia de San Bernardino após o ataque de um casal de atiradores ao Inland Regional Center, na quarta (2) (Foto: Reuters/San Bernardino County Sheriffs Department/Handout)


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