Debate mobilizou diferentes segmentos da sociedade para propor ações para romarias ( Fotos: Elizângela Santos )
Reunião realizada no começo desta semana trata de detalhes do evento: foi solicitado aos órgãos de trânsito que tenham um trabalho mais flexível em relação aos romeiros, privilegiando a orientação e a educação
Juazeiro do Norte- Mesmo com décadas de realização de grandes romarias, a terra do Padre Cícero ainda peca pela falta de infraestrutura adequada para melhor recepcionar os romeiros da 'Mãe das Dores' e do sacerdote. Já foi iniciado o plano de ação para se trabalhar durante o ciclo das romarias, que acontece a partir deste mês de setembro, começando com a de Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade.
A festa foi aberta com carreata e milhares de veículos nas ruas ornamentados com motivos religiosos. Esta é a segunda maior romaria de Juazeiro, que este ano tem como tema "No caminho do romeiro, Juazeiro é porta da misericórdia". A expectativa da secretaria de Cultura e Romaria é que estejam na cidade, a partir do dia 10 de setembro, até o dia da procissão, 15, cerca de 350 mil pessoas.
Questões como segurança, infraestrutura de atendimento, saúde e principalmente mobilidade urbana estiveram no centro dos debates esta semana que antecede a festa, entre os diversos setores da sociedade, incluindo poder público, entidades e iniciativa privada. Até ausência de banheiros suficientes durante o período de maior concentração de fiéis tem sido motivo de reclamação.
Críticas
Muitos dos problemas que se arrastam há anos, e que a cada romaria, passam a ser provisoriamente trabalhados, como o estacionamento dos veículos, principalmente os de grande porte, como ônibus e caminhões, motivo esta semana de críticas na câmara municipal.
Um dos vereadores que destacou a precariedade foi Cláudio Luz. Ele ressaltou a necessidade urgente de efetivação desses espaços, para propiciar melhores condições de atendimento.
A presidente da Comissão Permanente de Romaria, Marli Bezerra, secretária de Cultura e Romaria de Juazeiro do Norte, afirma que há um projeto para busca de infraestrutura permanente para as romarias, mas é necessário o apoio do Governo do Estado. Um dos grandes gargalos enfrentados, segundo representantes dos órgãos de trânsito, está relacionado às próprias condições que a cidade oferece.
O local onde poderia funcionar o estacionamento, agora está ocupado, e os veículos vão chegando, principalmente na abertura da romaria, em grande número, e normalmente passam pelo Centro, até chegar à igreja. A chegada na cidade inicia com as bênçãos de 'Mãe das Dores'. Para isso, há um trabalho redobrado de fiscalização para orientar os locais de estacionamento, e tentar reduzir ao máximo às infrações.
Flexibilidade
A secretária solicitou aos órgãos de trânsito uma maior flexibilidade com os romeiros, para que prevaleça um trabalho mais no sentido de orientar e educar as pessoas. Além disso, pediu que a segurança fosse fortalecida, principalmente na área comercial da cidade, e nos pontos de maior concentração de peregrinos. Para ela é importante que a cada esquina após a prefeitura, haja uma dupla de policiais. Nesse período, muitos romeiros reclamam dos assaltos na cidade.
O padre Cícero José da Silva, da Basílica, destaca a necessidade de uma unidade para se trabalhar junto ao município e a igreja, no intuito de acolher bem o romeiro, com infraestrutura efetiva. "Essas reuniões têm suscitado em todos nós uma corresponsabilidade, para uma ação mais eficaz", diz. Mesmo antes de começar a festa, muitos romeiros já estão ligando, se preparando para os festejos.
Atendimento
Outro aspecto que tem sido bastante questionado, inclusive pelo Ministério Público, é o atendimento dos romeiros nos ranchos e pousadas.
Por conta disso, a comissão solicitou dos proprietários desses estabelecimentos uma maior atenção aos hóspedes. A questão do abastecimento de água nesse período também é outro problema, já que em algumas áreas da cidade passa a haver racionamento, para a redistribuição de água principalmente nos bairros de maior concentração de visitantes, a exemplo do Socorro e também no Centro da cidade.
A ausência de banheiros em alguns locais de concentração de fiéis tem sido outro problema nas romarias de Juazeiro. Um desses pontos é o Largo do Socorro, de onde foram retirados os únicos voltados ao público, desde a efetivação das obras de um grande calçadão com altar, no projeto do Roteiro da Fé. Marli Bezerra disse que irá solicitar que os banheiros do centro de apoio sejam abertos, além de instalar maior número dos químicos na praça do Romeiro, de frente à Basílica.
O ciclo de romarias, apesar de ocorrer outras de menor porte na cidade, insere principalmente as de Nossa Senhora das Dores, de 10 a 15 de setembro, festa que inicia desde o dia 30 de agosto; a de Finados, de 28 a 2 de novembro, e a festa de Nossa Senhora das Candeias, de 28 a 2 de fevereiro.
Ambulantes
Mais de 3 mil vendedores ocupam a cidade durante a romaria. O ordenamento das ruas durante a romaria de Juazeiro do Norte passa pelo comércio informal que se instala nos locais públicos. A cidade é ocupada por mais de 3 mil vendedores.
A maior parte é da região, principalmente de Juazeiro do Norte, numa média 80%, e o restante principalmente de Caruaru, no Pernambuco, e da cidade Canindé.
O coordenador de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente do Município, Francisco Aurílio Jorge, afirma que o trabalho de ordenamento já vem sendo realizado na cidade.
O intuito é desocupar algumas áreas. A rua da Matriz, ao lado da Basílica, não poderá ter vendedores, para possibilitar a passagens de veículos como as ambulâncias.
Como acontece todos os anos, durante os ciclos de romaria, a praça do Marco Zero será ocupada este ano, ao lado do Centro de Apoio aos Romeiros.
Cadastramento
Há resistência de muitos dos vendedores que chegam à cidade e tentam se instalar de forma aleatória para se estabelecer de acordo com os critérios da secretaria. Para isso, conforme o coordenador, é realizado um cadastramento e as pessoas devem pagar uma taxa, pelos cinco dias de, em média R$ 30,00. Para realizar os serviços, ele afirma que conta com 13 fiscais, além do apoio da polícia.
Mobilidade
O coordenador lembra que o Município cumpre um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), do Ministério Público, para não deixar que as ruas sejam ocupadas pelas barracas de forma desordenada, impedindo o fluxo de pedestres e veículos. Além disso, os vendedores que hoje têm os boxes do centro de apoio, devem ocupar o seu espaço, para não aumentar ainda mais o problema da falta de mobilidade no Centro da cidade.
Para o poder público, ainda é a participação popular: sugerindo, criticando e cola borando na melhor acolhida do romeiro. E.S
Mais informações:
Secretaria da Basílica de Nossa Senhora das Dores
Rua Padre Cícero, 147
Telefone: (88) 3511.2202
Com informaçõe do Diário do Nordeste

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