A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), através da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), identificou uma quadrilha especializada em roubos a banco com sequestro de gerentes e funcionários – o chamado ‘sapatinho’. Conforme as investigações, o gerente de uma agência do Banco do Brasil (BB), que acabou preso, fornecia informações ao bando e forjou sequestros durante ataques à agência em que ele trabalhava para facilitar a ação dos criminosos. Outros três homens também foram presos. Em sete ações, cerca de R$ 4 milhões foram roubados das agências, segundo a DRF.
De acordo com o delegado titular da Especializada, Raphael Vilarinho, a quadrilha agia desde 2008 e confessou ter atacado sete bancos. “Eles confessam ao menos sete ações, em que temos filmagens. Mas as investigações apontam para mais ataques, inclusive, em outros Estados”, afirmou o delegado.
Conforme a Polícia Civil, o grupo contava com informações privilegiadas de dentro da agência do Banco do Brasil de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza. (RMF). O delegado adjunto da DRF, Eduardo Tomé, destacou que o gerente daquela unidade financeira, identificado como Antônio David Fernandes Almeida, 34, seria o informante da quadrilha e participava do planejamento dos assaltos.
“Conforme nossas investigações, o gerente fornecia informações, por exemplo, sobre quando haveria dinheiro nos cofres. As reuniões da quadrilha eram realizadas na casa dele”, afirmou Tomé.
David foi preso dentro da agência em que trabalha, na tarde da última sexta-feira (7). De acordo com o delegado Diego Barreto, durante a abordagem, o gerente foi flagrado ainda com um equipamento de clonagem de cartões de crédito conhecido como ‘chupa-cabra’. “O papel do gerente era passar informações privilegiadas. Em 2014, ele foi ‘sequestrado’ três vezes, mas eram verdadeiras encenações, em que ele se passou como vítima”, disse Barreto.
Quadrilha
O grupo criminoso, segundo a Polícia Civil, era liderado por Marcos Fernando Monteiro Marques, o ‘Chicó’, 28. Ele foi preso juntamente com Kardel Pereira Bertoldo, 32 e Dênis Ferreira de Moura, 29. Os três respondem a diversos crimes como latrocínio, homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, roubo, furto, receptação.
“Os três estavam na casa de Kardel, na Caucaia. Encontramos ainda em um sítio, também em Caucaia, dois malotes vazios do BB, enterrados. O proprietário do terreno foi identificado e será solicitado a prisão dele à Justiça. Temos pelo menos outras três pessoas identificadas que certamente serão presas nos próximos dias”, garantiu Vilarinho. Junto com o grupo, os policiais civis também apreenderam um fuzil 762 modelo AK-47 com 10 munições e uma pistola 380 com 13 munições.
Ação debochada
Além das armas, também foi apreendido um drone, isto é, uma pequena aeronave guiada por controle remoto.
O objeto era utilizado, munido com uma câmera, para fazer imagens dos familiares dos gerentes das outras agências atacadas pelos bandidos. “Ao abordar os gerentes dos outros bancos, os criminosos mostravam fotos dos familiares, dos carros, das residências, feitas de um ângulo que só poderia ser obtido com o uso do drone. Na saída, deixavam cartazes debochando da Polícia, como caricaturas dizendo que se tratava do retrato falado do bando. Agora, a Polícia deu a resposta”, disparou Vilarinho.

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