Os impactos diretos e indiretos da Operação Lava Jato na economia podem tirar R$ 142,6 bilhões da economia brasileira em 2015, o equivalente a uma retração de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo estudo da consultoria GO Associados antecipado ao G1.

Em abril, a consultoria estimava um impacto em R$ 87 bilhões. Recentemente, elevou a sua projeção para R$ 187,2 bilhões (o equivalente a 3,4% do PIB). Agora, o montante foi revisado para baixo, tomando como base o novo plano de negócios da Petrobras, que reduziu em 37% o volume de investimentos previstos entre 2015 e 2019, para US$ 130,3 bilhões.

“O impacto será um pouco menor, mas ainda muito significativo. No último cálculo consideramos uma redução de 42% nos investimentos da Petrobras”, explica Gesner Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas e sócio da consultoria GO Associados, que distribui um relatório executivo semanal para assinantes e autoridades.

Na semana passada, o  ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que é “evidente” que a Lava Jato tem impacto econômico, citando estudos de consultorias que apontam diminuição do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1 a 3,5 pontos porcentuais.


Impactos da Lava Jato na economia
Perdas de R$ 142,6 bilhões (o equivalente a 2,5% do PIB)
Redução de 1,9 milhão de empregos diretos e indiretos
Queda de R$ 22,4 bilhões em salários
Diminuição de R$ 9,4 bilhões em arrecadação de impostos
                                                           Fonte : GO Associados
Metodologia do cálculo
O cálculo da GO Associados procura estimar os efeitos derivados da Lava Jato na redução dos investimentos da Petrobras e do setor de construção de obras públicas, contabilizando as perdas no valor bruto da produção, nos empregos, nos salários e na geração de impostos.
A metodologia considera os efeitos do corte de gastos da petroleira sobre a cadeia de fornecedores, além de uma retração nos investimentos de empresas líderes do setor da construção civil que estão sob investigação, estimada em 30%.
O estudo estima uma queda de R$ 22,4 bilhões na massa salarial em 2015, uma diminuição de R$ 9,4 bilhões em arrecadação de impostos e uma perda de até 1,9 milhão de empregos.
lho. A consultoria estima que o país deve fechar o ano com um corte entre 800 e 900 mil vagas.

Consultoria prevê queda de 1,5% do PIB 
Apesar dos números assustadores, a consultoria afirma ter uma visão mais otimista do que a média do mercado.
“O exercício está dando uma perda de 2,5% do PIB, mas o PIB vai cair menos do que isso. Na nossa visão, a queda será de 1,5%”, estima Oliveira.
Os economistas ouvidos pelo Banco Central estima uma queda de 1,97% da economianeste ano, segundo o último Boletim Focus, que reúne expectativas coletadas junto a mais de 100 instituições. A previsão do governo é de uma queda de 1,49%.

“Dá para minimizar o custo da Lava Jato e maximizar o seu benefício. Apesar da crise política e dos problemas econômicos, há tanta demanda reprimida que ainda dá apetite para investimento em infraestrutura”, avalia o coordenador do estudo.
Dá para minimizar o custo da Lava Jato e maximizar o seu benefício. Apesar da crise política e dos problemas econômicos, há tanta demanda reprimida que ainda dá apetite para investimento em infraestrutura"
Gesner Oliveira, GO Associados
"A forma pela qual a Lava Jato vem sendo tocada, com excesso de publicidade e pouco critério na divulgação das delações, aumenta desnecessariamente o custo sobre emprego e produção", acrescenta.
Programa de concessões pode minimizar prejuízos
Segundo a consultoria, se o programa de novas concessões for devidamente implementado, é possível atenuar o atual quadro recessivo e minimizar os impactos da Lava Jato no PIB. O Programa de Investimento em Logística (PIL) anu

“É evidente que a investigação de toda irregularidade deve ser feita. Mas, a questão central é conduzi-la de forma a maximizar seus benefícios em aprimoramento das instituições e minimizar seus custos em produção e emprego”, destaca Oliveira no editorial do relatório.

A consultoria alerta ainda que a “publicidade excessiva” das delações que ainda estão sendo investigadas tem “efeitos devastadores” sobre o valor das empresas e a disponibilidade de crédito, e que a paralização de obras tocadas por empresas investigadas gera custos e diminui a concorrência.

“Uma parcela deste prejuízo é inevitável diante do imperativo de conduzir uma investigação abrangente e minuciosa. Porém, parcela majoritária deste custo pode ser evitada se os devidos cuidados forem tomados. O objetivo deve ser o de proteger o emprego e, para tanto, a capacidade de investimento sem descuidar do rigor da investigação”, resume a consultoria.
nciado em junho prevê investimentos de R$ 69,2 bilhões entre 2015 e 2018.

Postar um comentário