Convenção deu 30 dias para diretório decidir sobre saída do governo.
Ministros Castro, Kátia Abreu, Pansera e Braga foram ao Planalto.


A presidente Dilma Rousseff convocou nesta segunda-feira (14), dois dias após convenção nacional do PMDB, ministros da sigla para reunião em seu gabinete.
Foram ao Palácio do Planalto, quatro dos seis ministros da legenda: Marcelo Castro (Saúde), Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Eduardo Braga (Minas e Energia). Henrique Alves (Turismo) e Helder Barbalho (Portos) não foram à reunião.


Além disso, a convenção determinou ao Diretório Nacional que decida, no prazo de 30 dias, se a legenda deixará o governo da presidente Dilma Rousseff. Nesse período, nenhum peemedebista poderá aceitar cargos no Executivo – a expectativa do governo era anunciar nos próximos dias o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) como ministro da Aviação Civil.No último sábado (12), a legenda organizou em Brasília a convenção nacional na qual reelegeu o vice-presidente da República Michel Temer presidente do partido pelos próximos dois anos.


Segundo interlocutores de ministros presentes no encontro desta segunda-feira com Dilma, a reunião foi proposta pelos titulares das pastas para mostrar à presidente que, apesar do tom crítico da convenção do PMDB e das manifestações deste domingo (13) que pediram o impeachment da petista, eles continuam a apoiá-la e confiam na continuidade do governo.

Convenção do PMDB
A convenção do partido no sábado foi marcada por discursos contrários ao governo da presidente Dilma e favoráveis ao rompimento com o Palácio do Planalto. Entre os oradores que fizeram criticas à petista, estavam os deputados Osmar Serraglio (PR) e Alceu Moreira (RS), além da senadora Marta Suplicy (SP) e o ex-vice-presidente da Caixa Geddel Vieira Lima (BA).

Conforme o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, integrantes do Palácio do Planalto se mostraram incomodados com o silêncio dos ministros peemedebistas durante a convenção, que não saíram em defesa do governo, assim como parlamentares da base aliada.

Na avaliação do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, o fato de esses ministros não terem defendido Dilma na convenção foi uma decisão "correta", pois eles poderiam ter sido vaiados no encontro do partido. "Quem fala é oposição. Tomar vaia para quê?", observou o petista.

Crise 'gravíssima'
No discurso dirigido aos correligionários, Temer disse ver uma crise política “gravíssima” no país, mas afirmou que não é hora de “acirrar ânimos”. Conforme tem feito em seus discursos, o vice-presidente pregou “unidade” ao país e disse que a crise deve ser combatida com políticas de incentivo à iniciativa privada.


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