Dilma planejava colocar Lula na Casa Civil e Wagner na Justiça

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KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff foi advertida de que nomear o ex-presidente Lula ministro depois do pedido de prisão preventiva do Ministério Público de São Paulo poderia levá-la a ser acusada de obstrução da Justiça. Isso pode frear a ida de Lula para ministério.
À tarde, no Rio de Janeiro, Dilma havia chegado a uma fórmula em que Lula deveria assumir a Casa Civil. E Jaques Wagner substituiria Wellington César na Justiça. Agora, essa decisão pode ser inviabilizada devido ao pedido de prisão preventiva ou ficar em suspenso até que o pleito do Ministério Público paulista seja analisado pela juíza do caso.
Ao longo do dia, voltou a crescer a pressão do PT para que Lula virasse ministro. O desenho inicial previa a indicação para a Secretaria de Relações Institucionais, mas Dilma preferiu o formato em que Lula ocuparia a Casa Civil. Essa articulação estava em andamento até a advertência de que a nomeação poderia criar um embaraço jurídico para Dilma, o governo e o próprio Lula. Ou seja, poderia ser dada munição aos investigadores e à oposição.
A avaliação do Palácio do Planalto sobre o pedido de prisão preventiva é de fragilidade jurídica e de irresponsabilidade política. A três dias dos protestos, tal pleito colocaria gasolina na fogueira da crise.
De volta a Brasília, Dilma tinha reunião marcada no Palácio do Alvorada com ministros para discutir os próximos passos do governo na crise.

Disputa pelo poder
Em jantar na quarta com o presidente do Senado, Renan Calheiros, tucanos deixaram claro que aceitariam apoiar um eventual governo do PMDB em caso de impeachment de Dilma. Senadores do PSDB sinalizaram disposição de apoiar um movimento que aprove o impedimento de Dilma e instale o vice-presidente Michel Temer na Presidência.
Essa atitude de senadores do PSDB reforça a ala oposicionista do PMDB e coloca pressão sobre Renan, que é o principal aliado peemedebista de Dilma. No sábado, haverá Convenção Nacional do PMDB em Brasília.

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