Secretaria-Geral da mesa recebeu lista com apoio de 36 nomes.
Ele foi substituído após queixa com nomes para comissão do impeachment.

Leonardo Picciani (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Aliado do Palácio do Planalto, o ex-líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ) protocolou na manhã desta quinta-feira (17) na Secretaria-Geral da Mesa da Casa lista com assinaturas de apoio para a recondução dele à liderança do partido. Houve confusão na entrega (veja o vídeo acima).

De acordo com Picciani, foram 36 assinaturas, número suficiente para que ele possa retornar ao comando da bancada. Até a última atualização desta reportagem, as assinaturas estavam sendo checadas pela equipe técnica da Casa.

Na semana passada, Picciani havia sido substituído pelo deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) após a formação de outra lista de apoio em um movimento patrocinado pelo presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer. A mudança também teve apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Parte da bancada se queixou da lista oficial do PMDB para compor a comissão especial do impeachment na Câmara.
Após a checagem das assinaturas, caso a lista seja considerada autêntica, Picciani deverá ser automaticamente reconduzido à liderança, o que pode ocorrer ainda nesta quinta-feira.
"Eu fui obrigado a fazer uma lista porque era a única forma de retornar ao mandato para o qual eu fui eleito e manter o calendário da bancada que prevê a eleição direta, sem listas, para fevereiro", justificou Picciani após protocolar a lista.
A Secretaria-Geral explicou que qualquer pedido com ao menos 36 assinaturas de deputados doPMDB pode destituir o atual líder do partido e substituí-lo automaticamente.

Nos últimos meses, Picciani se aproximou do Palácio do Planalto e acabou se isolando dentro da bancada.
Um dos pontos polêmicos para o seu isolamento foi a indicação, por Picciani, de membros para a comissão especial que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele indicou parlamentares menos críticos ao governo, o que desagradou a ala dissidente do PMDB favorável à saída de Dilma do poder.

Para garantir o apoio de Picciani, o governo estava articulando nos bastidores para que deputados da base migrassem para o PMDB para ajudá-lo a ter assinaturas suficientes para voltar ao cargo.

O assédio do governo desencadeou uma ação capitaneada por Temer, que resultou em uma resolução aprovada pela Executiva Nacional na quarta-feira (16) para restringir a filiação de deputados federais ao partido. Com a nova regra, todas as novas filiações terão que receber o aval da cúpula da legenda.

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