Aliança entre PT e PMDB será rompida em 2016, avalia Eduardo Cunha.


Presidente da Câmara dos Deputados, que há meses rompeu com governo, acredita em partido unido pelo impeachment

O deputado federal Eduardo Cunha, que anunciou rompimento com governo no mês de julho
Antônio Cruz/ Agência Brasil - 3.3.15
O deputado federal Eduardo Cunha, que anunciou rompimento com governo no mês de julho
O ano marcado pelas crises política e econômica, que culminou com a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, deve gerar reais consequências na base aliada do governo federal, que verá de vez o rompimento entre PT e PMDB nos próximos meses.
A avaliação é feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que faz parte da ala do partido já oficialmente rompida com a sigla de Dilma, decisão anunciada pelo parlamentar em julho, após acusar o Planalto de "orquestrar acusações contra ele", em referência à Operação Lava Jato. 
Em entrevista à agência de notícias da Casa, Cunha explicou que o PT espera "submissão" de seus aliados, não parceria, e que o partido nunca dividiu o comando do País com o PMDB, como era de se esperar.
A declaração faz eco às várias demonstrações de insatisfação recentes de peemedebistas, como o próprio vice-presidente da República, Michel Temer, que criticou Dilma em carta recente afirmando que ela nunca confiou nele ou em seu partido. 
Cunha ainda ressaltou o que vem dizendo há semanas em sua defesa em relação ao processo que tenta cassar seu mandato de deputado, ainda obscuro dentro do Conselho de Ética, que pode ver o início da produção de um novo relatório, a ser analisado pelo Conselho de Constituição e Justiça e Cidadania da Casa (CCJ) ainda nesta terça-feira (22), já que o anterior, de autoria de Fausto Pinato (PRB-SP), deve ser derrubado.
Segundo ele, que garantiu não se constranger com seu "direito legítimo de defesa", o conselho optará pela nova troca de relator, levando o processo a retomar à sua estaca zero. 
"Por ser um tema de mídia, consequentemente, todos aqueles que tinham uma participação nesse processo passaram a ter espaço a abusar", criticou Cunha. "Alguns até erram, parece até propositadamente. O processo vai retornar, vai ser anulado e, consequentemente, vai ter mais espaço de mídia."
Ainda de acordo com o deputado, a análise do pedido de impeachment da presidente deve dominar a agenda da Casa até março, quando, acredita ele, deve ser decidido se o processo será encaminhado para julgamento no Senado ou não. 
Independente disso, devido à recessão econômica sem prazo para acabar, ele prevê um ano possivelmente ainda mais difícil aos brasileiros durante 2016. "Quando você tem um ano em que se perdeu 1,5 milhão de postos de trabalho, com uma inflação de quase 11% ao ano, defasagem salarial e, ao mesmo tempo, muitos benefícios perdidos, você começa a ficar preocupado com 2016", disse ele. 
Cunha e Dilma, em 2015: tensão cresceu em meio às ações que visam a derrubá-los do poder
Agência Brasil
Cunha e Dilma, em 2015: tensão cresceu em meio às ações que visam a derrubá-los do poder

Postar um comentário